sábado, 21 de agosto de 2010




Pobre do poeta magro
envolvido mais uma vez em um laço
que o faz jogar tudo para o espaço
remeter os demais ao acaso

Se escrever fosse terapia 
o poeta estaria liberto dessa agonia
que o resigna a melancolia 
de não aproveitar curtos dias

Alguém a traga,
a faça entender que não é preciso razão,
poetas são mesmo feitos de contradição.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010






Apaguei hoje o último vestígio seu,
já não queria mais ser posta à prova,
de fato, não existiam respostas.
Não valia a pena
Não existiram momentos grandes nem pequenos.
Sentimentos incompletos,
com pouco percentual de descrição
estão sempre em mim,
como uma nada sutil invasão
produtos de uma distorção
pobre quimera regida de pulsão
Não cabe mais em meu coração.



[Trecho remetido a ele]:
"Que os retalhos de minh'alma, apesar de desfeitos pela falta não se percam no vazio desta casa.
Quero todas as angústias que me pertencerem
todas as vitórias desfeitas,
todos os percalços dessa doce, já antiga, paixão."






Não é preciso contexto, é preciso apego.
Não é preciso acerto, é preciso ser feito.

terça-feira, 3 de agosto de 2010



É preciso reinventar a vida
ligar para os amigos
fazer um apelo
pedir um zelo

É preciso um pouco de atrevimento
para que não se perca tempo
afogando mágoas
que passarão a vida na escola de natação

É preciso muito amor
para que até mesmo a dor 
que não deve ser indolor
seja reinventada com atrevimento e amor.



domingo, 1 de agosto de 2010

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde,
 desde as três eu começarei a ser feliz." 

A pressa de fazer e a mania de perfeição
O descanso e minha mãe fazendo pressão
A solidão e o pânico de um arrastão

Quero aprender a surfar
Inventar uma nova maneira de estudar
Proliferar uma forma rudimentar de beijar
E da rotina escapar

Quero sair pelo mundo e me aventurar
Com toda mente elevada que um espírito possa comportar
Aonde a globo não possa me alcançar
Aonde possa estudar psicologia e deleitar

A vida será um dia de sol e uma noite de lua,
onde minha boca e a tua
dará louvor a natureza nua

Vem sem pressa,
Mas vem e me leva,
Depois é só pagar a promessa
Que um dia foi feita à força de tanta reza.